subterfugaz
l e s n u a g e s d i s p a r a i s s e n t . . . subterfugaz
Thursday, August 30 | 2:39 PM

noite quente.
vento agradável na rua.
aquela coisa.
os átomos indecisos no ar.
acabei contaminado.
coloquei 50 cruzeiros no bolso.
mais um cigarro e o isqueiro.
saí de casa.
meio que expulso pelos átomos de lá.
queria passar pelo filtro da noite.
passei no mercado.
ades de limao. queijo e pão.
maracujá.
depois perambulei.
fumei.
sentei.
e olhei.
tantas coisas.
objetivos. comprimissos. dinheiro.
viagem. falta de dinheiro.tempo. amigos.
senti falta de alguém que gostasse de andar-por-andar.
que de repente comprasse uma cerveja pra conversar.
com todas as forças, eu não consegui achar problema algum.
nada.
está tudo encaminhado.
as paranóias são só consumismo exacerbado.
quase me vi voltando ao super.
comprando deliberadamente tudo que me fizesse bem.
mas eu iria comer tudo.
arrotar.
deitar e dormir sozinho de novo.
é tudo sobre o velho efeito do fim da estrada.
na verdade da curva da estrada.
da estrada que eu sempre soube que não me leva pro lugar onde quero chegar. mesmo assim eu quero chegar lá.
pela estrada que não é de lá.
não sei se entende.
eu não entendo.
mas o que penso não é vil em vão.
na realidade, não tem reflexão alguma.
é tudo sobre tudo.
sinto saudades.
e não me alivia nada contar.
precisamos continuar os nossos projetos.
já não dispomos do tempo de antes.
e sei que somos importantes....

2 subterfuga(s):
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Blogger Escrevendo pra esquecer disse...

Atualiza ai, eu gosto do que escreves.

Anonymous Anonymous disse...

pois é, atualiza aí zé

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| 12:22 PM

este segundo

envolve a sobrevida dos poros
que apontariam menos vãos que meus intentos
ou menos encardidos de sexo
que qualquer primeira intenção que tenha

diriam vão!

mas é puro. viceralmente extremo. meu desejo.
é a simples e primaz beleza

da curvatura do nariz
compondo com o volume das bochechas
à distância que separa os olhos da boca quando choras ou quando ris

da posição de cada célula viva e morta
à angulação e profusão de cada cílio

trata-se do perfeito alinhamento dos poros alheios às minhas vivas lentes astigmáticas
que,
mesmo embaçadas pela turva sensação da hesitação,
te acomodam a caótica e concretista literatura microscópica de carbono

contato direto
luz colada na retina
imagem eletrocutada
és tu sinapticamente transformada em nada
fagulhas, fogos de artifício, revoada

puro processo biológico
droga da visão
que faz sublimar a alma

flor psicodélicamente sépia, trazida pelo tempo
para rememorar os jardins da infância do amor,
ingenuamente te chamo

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Wednesday, August 22 | 12:54 PM

o rito denuncia o fim

é uma das marcas para o início da decadência


é quando no espetáculo
as personagens e os atos
precisam ser previamente estipulados

ordenados
encadeados


a partir da ritualização da /r\e/a\l/i\d/a\d/e\
está deflagrado o fim


pois dessa forma nada espontânea
as ações perdem o significado
em detrimento da obrigação de ocorrerem



quando ritualizamos
é como quando criamos

é a formalização de algo
já corriqueiro e espontâneo


quando criamos
criamos à nossa semelhança

e assim está intrinseca e iminente
a sucumbência

2 subterfuga(s):
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Anonymous Anonymous disse...

Mas nalgumas vezes o ritual é o único prazer.

Blogger Vida disse...

E quando o prazer passa a ser um ritual?(prazer é sempre um ritual)
Prazer é criação.
Começa... Acaba...

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| 12:12 PM

se a realidade fosse fato

seria fatalidade


seria atualidade

se ato fosse

mas nem ato é

e talvez à toa esteja

atada à toa - desatada

baby, não depende de nós

nós não somos reais

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