Thursday, November 30 | 10:48 AM

parte II.1 pseudomedida

e eis que certas pessoas não viam as outras como completas na vida:
criaram a pseudo-medida.
e passaram, então, a mensurar aquilo que como essência não conseguiam enquadrar

Agrediram e Agrediram.

nos passos e nos rastros
criaram cicatrizes e feridas,
separaram do ódio o desamor.

dizem, agora, que sou eu e sou ator.

mas: Oh céus! ¿Escolher e assinalar quem realmente sou?
¿o que é sol
e quem são os outros astros que não sou?
Tal mecanismo, que só calcula do incalculável a metade,
acusa a si mesmo como um quarto de verdade.

o resto é veneno.

Friday, November 24 | 6:55 PM

parte II introdução à loucura

limitado por uma caixa de texto
encolhida na tela
para minimizar a iluminação excessiva

num piscar de olhos
a barra q pisca
passa o texto para trás,sem nem piscar

enquanto o velho passa pela praça
e o ônibus freia
ante a moça que atravessa a passarela
na antevéspera da primavera,

e o aparelho de som
toca o ar da maneira tão natural
como sempre foi aqui na terra,

o fogo da vela e o canto da parede
traçam uma linha paralela
que nem ela e eu
haveríamos de fazer,

e tudo parece estático e gostar de estar
na economia do verbo,
na economia da ação,
sem único sentido

enquanto isso se passa
e aquilo ameaça,
algum pensamento entrelaça
uma nuvem que passa adiante a informação

não existe tempo, então
se um pensamento se passa sem ação,
se passa sem direção,
apesar do sentido ser contra a Mão...
a mão não vai contra o sentido,
não a minha mão,
que escreve um verso tão coeso,
sem alguma sequer superabundância fastidiosa de palavras ou frases.