Saturday, September 16 | 7:14 AM

aquilo por que viveu

subterfúgio auto-sabotador,
inferno, céu sem cor:
vivo morto vivo
da vítima ao réu

Sem veredito sai encapuzado
na nova expectativa de vida
de um dia de sol

sem a roupa preferida ou o humor ideal
sem ainda cicatrizar as barreiras rompidas
para o bem ou para o mal

¿
qual abalo químico
qual falta de álcool
qual serotonina ou lítio
qual âncora e qual vela
restarão de naufrágio
em poço tão profundo e denso
?

Arranjo atômico ínfimo da brisa sutil
que traz na umidade (relativa) do ar
qualquer coisa vil

transforma tudo em exceção:
das suposições ao claustro
tudo é frio e bóia em água parada

...O que agrada muito
tal vício romântico crônico e congênito
que resulta em desejos de vida e morte...

paranoiado sai à sorte
com intenções de inocência e culpa
suja as mãos de vida
enquanto contra si próprio investe


no percurso
importa pouco o cenário,
a vida e os meios
ou quem merecerá a culpa


no percalço
encontra o inerente à vida:
descobre aquilo por que viveu a loucura